A pernambucana Juliana Coelho, 32, assumiu a chefia mundial do modo de produção Stellantis, empresa que nasceu da fusão entre as marcas dos grupos Fiat, Chrysler, Peugeot e Citroën. Juliana é engenheira formada pela Universidade Católica de Pernambuco, com pós-graduação em Petróleo e Gás, e há 9 anos passou na seleção de trainees da fábrica que a Fiat começava a construir em Goiana.
A jovem foi convidada para assumir o comando do novo sistema de produção da Stellantis em dezembro do ano passado. Cada uma das marcas da montadora desenvolveu, ao longo de décadas, seus próprios meios de produzir veículos. A partir do que cada uma oferece de melhor será construído um modelo próprio da Stellantis. A pernambucana, portanto, vai comandar esse processo. “Teremos que criar metodologias a partir da aplicação dos melhores métodos adotados até hoje pelos dois grupos”, destacou Juliana. A Stellantis anunciou o plano de investir mais de € 30 bilhões em projetos de eletrificação e tecnologia até 2025.
Conheça um pouco da história de Juliana
A avó da engenheira, dona Miriam, conta que a jovem sonhava em entrar na lista de contratações da montadora, até chegar, de fato, esse dia. “Parece que já chamaram uma turma. Será que você não está na lista?” Sim, estava. Sua neta e mais 39 engenheiros recém-formados formaram a primeira turma de trainees da primeira fábrica de veículos de Pernambuco. No entanto, a fábrica ainda não era construída, e a turma foi enviada para colaborar e aprender nas fábricas da Itália e Sérvia.
Depois da temporada de treinamento nas fábricas europeias, e com a construção em Goiana já concluída, Juliana começou em seu primeiro emprego. A formação em química a direcionou para a área de pintura dos carros. Era curiosa, tinha vontade de aprender, mas também de ensinar, o que acabou a envolvendo na área de contratação de pessoal. Tornou-se uma líder de área e, mais tarde, supervisora.
Com o passar do tempo, a fábrica de Goiana precisou ser expandida. Paralelamente, Juliana construía uma carreira ascendente na companhia. Da pintura seguiu para a linha de montagem, onde assumiu cargo de gerente quatro anos depois de ter começado na empresa. Com o processo de expansão da fábrica, ela continuou envolvida também na gestão de pessoas, processo de contratação e, como ela repete, “aprendendo e passando adiante” conhecimento adquirido.
Em novembro de 2018 Juliana foi transferida para Betim (MG), para assumir o cargo de engenheira chefe da manufatura da Fiat Chrysler em toda a América Latina. A posição a ajudou a ter visão melhor não só da área de manufatura como da estrutura da empresa.
Uma nova promoção, no entanto, a levou de volta para a terra natal. Ela foi escalada para dirigir toda a fábrica, que, àquela altura já tinha praticamente o mesmo tamanho de hoje, com 13,5 mil funcionários e 16 fornecedores dentro do parque industrial. Foi a primeira mulher a assumir esse cargo na companhia.